Estou de volta
Ainda de férias, mas de regresso a casa.
Numa família barulhenta como a minha, é sempre difícil descansar realmente. Há momentos, raros, de silêncio, mas a maior parte do tempo é passada a gerir conflitos entre os mais novos (o mais velho quer é descanso e aproveitar o tempo com os amigos que pouco vê durante resto do ano). Mas claro que houve praia, piscina, sestas e outras coisas muito boas, não pode ser só reclamações :-).
No meio disto tudo, consegui ler 4 livros e vou a meio do 5º., recorde absoluto em férias desde que sou mãe. São livros pequenos (talvez por isso sejam tantos), interessantes, que me obrigam a pensar pouco. Curioso que durante o ano acho que vou deixar para as férias aqueles calhamaços que são difíceis de andar comigo nos transportes e depois acabo a ler os mais 'leves'. E os mais volumosos andam, depois das férias, comigo nos transportes na mesma.
Entretanto, a minha mãe começa hoje o 2.º ciclo de quimioterapia. Ontem foi dia de consulta e vi-a chorar convulsivamente pela primeira vez na minha vida. A médica, extraordinária, puxou por ela e conseguiu po-la a chorar e a falar. Parece cruel, mas acreditem, foi muito bom para ela. E para nós, filhas, também.
Sempre soube que sou parecida com ela, que muitas coisas minhas são herança genética dela. Mas ontem tive um choque de realidade quando ela falou da sua maneira de ser e de guardar os seus problemas, sentimentos mais duros, os seus medos, consigo. Parecia que me estava a ouvir.
Entretanto, ainda tenho mais uma semana de férias. Mais leitura, mais gestão de conflitos, mas também continuação de descanso, apesar de tudo. Porque depois vem o início de mais um ano de trabalho, com tudo o que de bom e de menos bom vai trazer.
Hoje é dia de cinema. Com os miúdos, claro.
(E enquanto escrevia este post, recebi um telefonema para agendar a cirurgia ao joelho do rapaz - sim, afinal tem mesmo que ser operado. A minha vida é uma animação!)