Há muito tempo que não passo por aqui, já lá vai um mês.

A vida vai-se desenrolando, com as condicionantes que o virus impõe. O trabalho à distância mantém-se, mas duas vezes por semana há trabalho presencial, porque as minhas funções assim o impõem. 

Aquele que se adivinhava como um ano inspirador, por ser o início de uma nova década (há quem diga que a década só começa em 2021, mas isso não me interessa agora), tem vindo a mostrar que de inspirador nada foi e que será considerado dos mais crueis de todos os anos das nossas vidas.

Perderam-se vidas, perderam-se empregos, perderam-se afetos. Há agora um rasgo de esperança com o início da vacinação, mas até tudo voltar ao "normal", ainda vamos ter de esperar bastante.

Pela primeira vez em 53 anos, não vou comemorar o Natal com a minha família alargada. Vai ser diferente, estranho. 4 à mesa, em vez de quase 20. Mas é preferível este ano ser assim do que por em perigo os mais velhos da nossa família. O Zoom e o Skype vão ajudar-nos a diminuar estas ausências, mas não será igual, certamente.

E eu que gostava tanto de anos par, só tenho a dizer que estou ansiosa que este acabe para que 2021 nos traga as boas novas que tanto precisamos. 

But...

Curiosamente, num ano em que passei muito, muito tempo em casa, li muito, muito pouco.

Peguei em mil e um livros e acabei por os por quase todos de lado. Nenhum me incentivava a ler. E atenção que não compro livros que não ache que tenha quase a certeza que vou gostar.

Li os três primeiros livros da Saga Clifton e fiquei a meio do 4.º volume. Não me apeteceu ler mais. Li "Marina" de Carlos Ruiz Zafón, que achei assim-assim. E ontem acabei de ler o livro mais previsível, arrastado e chato da Saga Millenium, "O Homem que perseguia a sua sombra", o volume 5. Mas porque é que não se ficaram pelos três primeiros, os brilhantemente escritos pelo Stieg Larsson? Que caca de livro. Nem vou sequer tentar ler o 6.º. Seria perder tempo, tal é a discrepância de escrita entre os 3 primeiros e os seguintes.

Hoje vou começar este:

Só espero que seja tão bom quando já ouvi falar dele.

Estou a entrar na fase que gosto, na fase em que me apetece ler em qualquer lado. Esperemos que venha para ficar.

Em 2020 renovo os votos de saúde e serenidade.

Porque o resto, somos nós que construímos com a nossa resiliência.

Bem-vindo 2020.